terça-feira, 28 de janeiro de 2014

GENÉTICA…

GENÉTICA…
Era uma vez…
Era uma vez um miúdo de 16 anos de pele escura, introvertido,corpo esguio, pobre, mas com uma alma e um coração que superava 3 vezes o mundo que ele conhecia. Um miúdo tímido, calmo, que até aquela etapa da sua humilde vida só ambicionava a tranquilidade tanto para ele, o miúdo esguio de pele escura como para toda a sua família. Em certa altura da vida deste miúdo houve quem pensasse que possivelmente ele não merecesse estar ali, talvez ele não merecesse ir à escola, ir fazer recados à mercearia, pensavam apenas que por ele, o miúdo esguio de que vos falo ser além de magro, tímido e de pele escura não podia de forma alguma ter os mesmos direitos. Portanto, não sei bem como isso aconteceu mas devem com toda a certeza ter pensado bastante, ponderado, refletido e com muita pena deles só uma solução foi encontrada na altura.
O que é certo é que com tantas agressões feitas ao pobre rapaz, algo foi despoletado. Possivelmente ali com a excelente ajuda daquelas pobres “pessoas”, o miúdo esguio, introvertido, de pele escura Nasceu.
O miúdo finalmente tinha percebido que a sua vida não podia continuar assim, as coisas teriam de mudar, algo ele teria que fazer.
Foi então que começou a primeira etapa para a resolução do problema, aprender a defender-se. Com a ajuda de revistas e alguns livros ele começou a treinar um género de arte marcial ou algo parecido, lol. Mas na verdade isso dava-lhe alguma autoconfiança mas não era o suficiente. Assim surge a ideia de ir treinar para um ginásio, isso sim seria o melhor pensou ele. Sim seria o melhor se houvesse dinheiro para isso portanto ele teria que se desenrascar de uma outra forma.
Solução encontrada, treinar na rua, numas ruinas que na altura existiam perto da casa do pequeno miúdo. Era excelente para treinar, era isolado, tranquilo, aquele lugar tinha tudo o que ele precisava para treinar. Tinha um ferro comprido mas muito fino que com a ajuda de pequenos pedaços de esferovite colocados nos dedos já se fazia algumas elevações. Aquele bocado de parede era excelente para fazer algo parecido com supino, aqueles tijolos eram perfeitos para fazer curl de bicep, bem o miúdo estava mesmo decidido e que grandes treinos se fazia.
O tempo passou, o pequeno miúdo arranjou um part time e finalmente conseguiu entrar para um ginásio a sério.
Não era só o ginásio que era a sério, a vontade de evoluir, de aprender, de crescer também era algo muito muito importante e encarado com muita seriedade. Não era fácil estudar e ter que ir trabalhar enquanto via os seus amigos a brincar na rua ou a jogar à bola. Aquele dinheiro tinha mesmo que ser bem empregue.
Pois é meus amigos aquilo que quero mostrar ou tentar mostrar com esta história chata é que foi necessário muito sacrifício para chegar onde cheguei. A conversa é sempre a mesma esforçar-me mais do que os outros, treinar mais forte do que os outros, ser mais concentrado, com mais intensidade que todos os outros. Claramente essa forma de pensar, de ver as coisas e encarar a vida deu frutos. Para uma grande parte de outros praticantes de musculação na altura isto era inconcebível. Como seria possível alguém desenvolver tanto assim o seu corpo sem a ajuda de químicos ou algo do género. É da Genética…
A razão para este sucesso estava centrada não só nos químicos mas também na minha matriz genética. Para todas aquelas pessoas, actualmente para muitos de vocês a opção mais viável é possivelmente eu não ter uma grande percentagem de miostatina que me confere um rápido e fácil aumento de massa muscular ou ter um número ainda maior de fibras do tipo II.
Raramente se põe a hipótese de que pode ter a ver com treinar mais que os outros, dedicar-me mais que muitos outros, alimentar-me melhor, etc. É mais fácil para muitos infelizmente encostarem-se na questão da genética ao invés de trabalharem mais e melhor. Cristiano Ronaldo é bom jogador, não porque trabalha / treina, quando os colegas já estão no duche mas sim porque foi favorecido com uma boa matriz genética e isso sim basta-lhe.
Esqueçam que existe pessoas portadoras de um poliformismo que lhes pode conferir alguma vantagem no treino de musculação, esqueçam por momentos que para se correr longas distâncias é necessário ter nascido na tribo Kalenjin no Quénia.
Lembrem-se de uma coisa, a mente humana pode ser muito mais forte que o corpo. O vídeo que vos trago pode bem ser a prova da supremacia da mente em relação à genética.  

  

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